sexta-feira, 25 de junho de 2010

quinta-feira, 24 de junho de 2010

O Julgamento de Sócrates | Casa de Cinema de Porto Alegre


... e o Dunga, de todos os anões, parece o mais ilustre até este momento.
Mais uma com ele, desta vez, vinda do Sócrates. O que não é filósofo, pois jogava com o calcanhar (sei lá o que isso quer dizer, apenas gostei do trocadilho).

Confira o texto, vale a pena. Está no blog do Jorge Furtado, e você chega lá clicando no título ou aqui.

Dunga é nada mais que um brasileiro



Não tive tempo para escrever tudo o que penso sobre este episódio. Mas não quero me postar à margem do que, espero, seja uma das ondas mais positivas a sacudir os oceanos da Internet desde o surgimento da própria Internet para nós brasileiros. Por isso, comecei assim, de pronto, sem muita racionalização. Contudo, evitando 'os calores' do debate, o envolvimento com esta ou aquela ideologia e etc.

O ato de Dunga vai além do futebol e talvez nem ele saiba disso. Embora eu queira muito descobrir o contrário e construir, posteriormente, uma admiração ainda maior por ele. Sem panfletos de "fora Globo" ou "Globo mente" (e por aí vai), penso que você e eu poderíamos nos deter a um fato que tem as qualidades necessárias para ser referenciado em qualquer debate cujo tema seja o regime de concessões públicas para a operação de emissoras de rádio e televisão no Brasil. Um questionamento sobre o que é feito com um bem oferecido gratuitamente pela sociedade brasileira aos grupos de comunicação e sua contrapartida no sentido de nos oferecer um produto comunicacional que atenda as demandas de um país como o nosso, que melhorou muito, mas ainda não está equilibrado.

Emprestamos dinheiro, mas uma parcela significativa do nosso povo não sabe ler nem escrever. Temos cientistas de ponta, mas também esgotos a céu aberto. Temos tudo, mas ao mesmo tempo parece termos quase nada do que realmente comprovaria nossa dignidade social.

Televisões e rádios são instrumentos poderosíssimos. Transcendem obstáculos naturais, geografias dificultosas e dificuldades financeiras. Estão cada vez mais baratos e, também por isso, na maioria das moradias do Brasil, diante da maioria das pessoas que aqui vivem. Enfim, são a porta aberta a convidar qualquer profissional da Comunicação a entrar. Olhos e ouvidos atentos, reverentes e crédulos.

O convite é aceito. Eles entram mas levam consigo nada diferente do entretenimento barato, da construção de um cotidiano violento, pessimista e sem amor. Quando partem no sentido oposto, são piegas como o pior dos livros de auto-ajuda. Não ensinam a pensar, moldam pensamentos. Há exceções, mas poucos assistem e poucos patrocinadores se dispõem a investir.

Não acredito e não vejo verdade no que diz este profissional, neste vídeo. Não acredito que o mundo em que vivo é unicamente este, apresentado todos os dias pela emissora em que ele trabalha e por outras também. Penso que Dunga está a provocar algo muito maior que o futebol. Muito mais valioso do que este conceito de esporte ligado à nova religião do consumo. Não perdendo o trocadilho boleiro: Dunga deu apenas o pontapé inicial.

Sociedade de massa, comunicação de massa e poucos indivíduos, pouca diversidade. Defendo e procuro proteger o valor da diferença de opinião. Entendo que não há verdade única a não ser o amor. Mas também resguardo o direito que tenho, como cidadão brasileiro, a querer algo melhor no uso daquilo que é meu.

Ao menos, gostaria que pleiteássemos um debate em torno deste tema: a concessão de espaços públicos para a exploração de rádio e televisão. Porque, até agora, de público me  parece haver nada.

Dunga é nada mais que um brasileiro, assim como o somos. Você e eu.

sábado, 12 de junho de 2010

Pensar não dói

Entrevista com Kaká Werá Jecupe

Leia isso, bom pra refletir ou passar o tempo.
É com você.

Por que a gente demora a gostar das coisas?



Quando estudei no Liberato, em Novo Hamburgo, minha turma tinha um cara fanático por King Crimson. Enquanto todo mundo ouvia os de sempre, Led Zep, Purple, Beatles e afins, o Fabrício era quase um pregador no deserto, defendendo seu King Crimson. Até aí, nada demais, nada que agora faça com que você mereça dispender seu tempo por aqui. Acontece que hoje quem gosta disso sou eu ("... tá, e daí? Continuo não merecendo"), mas, naquele tempo, nem curiosidade eu tinha. Nada do tipo: "isso é homem, mulher, criança ou criatura"?

Por que a gente demora tanto pra gostar de alguma coisa da qual um dia, certamente, vai acabar gostando?

Quando você anda pelo You Tube, por exemplo, procura 'os de sempre' ou deixa sua mente aberta a um sujeito que fala uma língua diferente, num instrumento diferente, com gente diferente de você e dos seus amigos?





























Já percebeu como a gente fica (olha o clichê!) 'bitolado' aos de sempre? Canais de sempre, CDs de sempre, cinema de sempre, cultura de sempre, gente de sempre, profissão de sempre... Se ligou como alguns filmes que você nunca tinha visto parecem sem pé nem cabeça quando você os compara àqueles do tipo "essa é a minha praia"?


É bom cuidar pra não ficar burro, ouvindo os de sempre, lendo os de sempre, falando sobre os de sempre na comodidade de sempre.